quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tânia Alves prestigia lançamento de coleção de roupas de Ana Botafogo




A bailarina Ana Botafogo lançou sua coleção outono-inverno nesta terça-feira, 28. O evento foi realizado em Botafogo, Zona Sul do Rio, e contou com a presença de Natália Timberg, Tânia Alves e Carlinhos de Jesus.


Fonte: Ego.


sexta-feira, 24 de abril de 2009

Trabalhos de Tania Alves na TV (Novelas):"Ti-ti-ti" (1985)

 
Em 1985, depois de já ter feito vários especiais e minisséries na TV, a atriz Tania Alves fez sua estreia em novelas, em "Ti-ti-ti", de Cassiano Gabus Mendes, com direção de Wolf Maya. A novela foi exibida de 5 de agosto de 1985 a 8 de março de 1986, pela TV Globo, no horário das 19h. Na trama, ela interpretou Clotilde, secretária (e amante) de Jacques Léclair (Reginaldo Faria), com quem realizava as mais engraçadas fantasias sexuais.


Os entrechos em "Ti-ti-ti" eram leves, charmosos e com bastante humor, centrados na disputas entre os dois costureiros rivais Victor Valentim e Jacques Leclair (Luiz Gustavo e Reginaldo Faria). Elmo Francfort narra no livro “Gabus Mendes, Grandes Mestres do Rádio e Televisão”: “Cassiano foi buscar inspiração novamente na alta-costura. Lembrou-se das brigas dos estilistas Dener e Clodovil Hernandez, ainda nos tempos da TV Tupi. Onde um estava, o outro não pisava. E vice-versa. Personagens reais, mas que pareciam ficção, de tão folclóricos eram. Em 1985, Dener já havia falecido e Clodovil continuava na moda, até participando das novelas de Gabus Mendes. Era um prato cheio para sua nova trama.”

"Participar dessa produção consolidou minha popularidade. Lembro desse trabalho com muito carinho, principalmente porque Clotilde foi minha primeira personagem urbana: a trama da novela se passava no mundo da moda, em São Paulo. Agradeço essa oportunidade ao Wolf Maya, que me escalou para interpretar a secretária elegante e sofisticada do costureiro da alta sociedade paulista, Jacques Léclair. Até então eu só havia feito personagens rústicas, de época, com sotaque. Em 1985, a televisão não era tão liberal como hoje e a produção de Tititi teve problemas com a censura por causa de algumas cenas protagonizadas pelo casal Clotilde e Jacques Léclair. Embora todas elas fossem muito ingênuas, o autor começou a escrever sobre as fantasias sexuais da dupla: Clotilde, toda chamuscada, pedindo socorro porque seu apartamento estava em chamas e Jacques aparecendo vestido de bombeiro. Em outro capítulo ela era uma camponesa e ele o lobo mau... Poucas cenas como essas com apelo levemente erótico foram exibidas, mas a repercussão foi excelente. O autor, para driblar a patrulha moralista, escrevia cada vez mais sutilmente e nós, Reginaldo e eu, apimentávamos um pouco no estúdio, com nossa atuação cheia de sutilezas", lembra Tania no livro 'Tania Maria Bonita Alves', da Coleção Aplauso.


Ficha Técnica

Autoria: Cassiano Gabus Mendes
Colaboração: Luiz Carlos Fusco
Direção: Wolf Maya e Fred Confalonieri
Direção geral: Wolf Maya
Supervisão: Paulo Ubiratan e Daniel Filho
Período de exibição: 05/08/1985 – 08/03/1986
Horário: 19h
Nº de capítulos: 185

Em 2010, Jorge Fernando dirigiu e Maria Adelaide Amaral adaptou Ti-ti-ti numa nova versão da novela. Às tramas da Ti-ti-ti original, juntaram-se também personagens e tramas de outra novela de Cassiano Gabus Mendes: Plumas e Paetês, que também tinha o mundo da moda como pano de fundo. Clotilde, a personagem que Tania viveu em 1985 foi desta vez interpretada por Juliana Alves.



Veja mais fotos de Tania Alves em 'Ti-ti-ti': 













Fontes:
Site Teledramaturgia
Site Memória Globo
Site As Cantrizes
Acervo Leo Ladeira



quarta-feira, 22 de abril de 2009

Participação de Tania Alves em Trilhas e Álbuns Diversos: "O Cangaceiro Trapalhão" (1983)


Em 1983, Tania Alves participou da trilha do filme "O Cangaceiro Trapalhão", dirigido por Daniel Filho.

No disco, ela canta a faixa "Lampe Lampeão" ao lado dos Trapalhões Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum e Zacarias.


Veja a cena do filme onde Tania canta. Participam também da cena Renato Aragão, Mussum, Zacarias, Nelson Xavier e Daniela Rodrigues:






Filmografia Tania Alves: "O Cangaceiro Trapalhão" (1983)


Em 1983, após o sucesso da minissérie da TV Globo "Lampião e Maria Bonita", Tania Alves voltou a interpretar a rainha do cangaço, mas desta vez em versão cômica, no filme "O Cangaceiro Trapalhão", com direção de Daniel Filho.

Com argumento e roteiro de Doc Comparato e Aguinaldo Silva, e diálogos por Chico Anísio, o longa é inspirado na história do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, e também na minissérie exibida em 1982 pela TV Globo.

Foi o 22º filme do grupo Os Trapalhões e no elenco contou com Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum, Zacarias, Regina Duarte, Bruna Lombardi, Nelson Xavier, Tania Alves, José Dumont, Lutero Luiz, Danielle Rodrigues, Wellington Botelho, Cininha de Paula, Danton Jardim, Doc Comparato, Lupe Gigliotti, Gabriela Duarte, Ariel Coelho, além de Tarcísio Meira, em participação especial.

O filme estreou no Rio de Janeiro em 27 de junho de 1983.


No livro 'Tania Maria Bonita Alves', da Coleção Aplauso, Tania comenta sua participação no filme 'O Cangaceiro Trapalhão': "Nelson Xavier e eu repetimos o casal Lampião e Maria Bonita em versão mais soft, para crianças, e eu tinha um número musical delicioso ao lado de Renato Aragão, Zacarias, Mussum e Dedé. Inesquecível!"


Sinopse
Severino do Quixadá, pastor de cabras, salva Capitão e seu bando de cangaceiros de uma emboscada do tenente Bezerra. Na confusão, os amigos Mussum e Zacarias fogem da cadeia e todos se encontram no esconderijo dos cangaceiros, onde Gavião é homem de confiança do chefe. Observando sua semelhança com Severino, Capitão lhe dá uma missão, que acaba revelando-se uma emboscada. Com a ajuda de Aninha, sobrinha do prefeito, conseguem fugir e, no caminho, encontram uma misteriosa bruxa-fada.

Elenco
Renato Aragão
Mussum
Dedé Santana
Zacarias
Regina Duarte
Bruna Lombardi
Nelson Xavier
Tania Alves
José Dumont
Daniele Rodrigues
Luthero Luiz
Wellington Botelho
Doc Comparato
Danton Jardim
Sônia Dias
Wellington Botelho
Cininha de Paula
Pedro Limaverde
Gabriela Duarte
Ariel Coelho

Participação Especial:
Tarcísio Meira

Ficha Técnica
Direção: Daniel Filho
Roteiro: Daniel Filho e João Paulo de Carvalho
Argumento: Doc Comparato, Aguinaldo Silva, Daniel Filho e Renato Aragão
Produção: Renato Aragão Produções Artisticas
Diálogos: Chico Anísio
Música: Rita lee e Guto Graça Melo
Fotografia: Edgar Moura
Desenho de Produção: Mário Monteiro, Kátia Sabino e Mauro Monteiro
Direção de arte: Mário Monteiro
Figurino: Marília Carneiro
Edição: Jayme Soares Justo
Efeitos especiais: Daniel Filho, Sergio Farjalla, Aylton Mattedi e Hans Schwarzkopf
Público: 3 milhões e 912,3 mil espectadores* (*Dados da Embrafilme S.A.).


Revisão Crítica

"O Cangaceiro Trapalhão é provavelmente o longa mais bem dirigido na filmografia dos Trapalhões, que aqui revisitam um gênero tipicamente brasileiro, o do filme sobre o cangaço. Na sequência inicial da emboscada na cidade, Daniel Filho mostra suas qualidades como cineasta, orquestrando atores e câmeras em cima dos telhados, abusando de gruas e buscando os ângulos mais inteligentes que já enquadraram o quarteto. É também o filme que tem as melhores interpretações de atores convidados pelo grupo, com destaque absoluto para Nelson Xavier como Lampião e Tânia Alves no papel de Maria Bonita. Tânia, por sinal, dá voz a uma das músicas do filme, mais uma bela trilha assinada por Guto Graça Mello. Mas o melhor momento musical é a antológica “Lagartixa”, de Rita Lee, que embala o encontro entre Severino do Quixadá (Renato Aragão) e a Fada Bruxa de Bruna Lombardi. Os diálogos, bem acima da média dos filmes do grupo, são creditados ao grande Chico Anysio. Regina Duarte, naquele que é provavelmente seu único sucesso no cinema, é a mocinha".

(Chico Fireman, jornalista, autor do blog Filmes do Chico).




Veja uma cena de Tania Alves em "O Cangaceiro Trapalhão":




E aqui, Tania Alves canta "Lampe, Lampeão":




Fontes de Consulta:
Acervo Site As Cantrizes
Blog Filmes do Chico
Site Trapalhões Nostalgia
Livro 'Tania Maria Bonita Alves' - Por Fernando Cardoso. Coleção Aplauso - Imprensa Oficial do Estado de São Paulo - 2010



Tania Alves em "E Daí, Isadora?"


Em 13 de setembro de 2002, estreou a peça "E Daí, Isadora?", de Eliza Maciel e Paulo Cesar Feital, e direção de Bibi Ferreira. No elenco, Tania Alves e Jalusa Barcellos. O espetáculo estreou no Teatro Villa-Lobos, no Rio de Janeiro.

A cenografia foi assinada por Cláudio Tovar, a luz por Aurélio de Simone e a direção musical por Paulo Cesar Feital e Wilson Nunes.


Veja algumas fotos de "E Daí, Isadora?":












Tania Alves em 1986


Matérias sobre Tania Alves na época do lançamento do LP "Dona de Mim" (1986).

Clique nas imagens para ampliá-las:




terça-feira, 21 de abril de 2009

Tania Alves na Capa da Revista Doçura (Junho/1984)

Tania Alves na Capa da Revista Doçura (Junho / 1984):




Filmografia Tania Alves: "Onda Nova" (1984)


Em 1983, estreia o filme "Onda Nova", dos diretores José Antonio Garcia e Ícaro Martins. Foi a terceira vez que Tania Alves trabalhou com José Antonio Garcia: antes ela atuou no curta "Hoje Tem Futebol" e no longa "O Olho Mágico do Amor".

O filme 'Onda Nova' conta a história de um time de futebol feminino chamado “Gaivota Futebol Clube”, possivelmente fazendo uma crítica à proibição do esporte para mulheres no Brasil dos anos de 1942 até 1975. Além disso, muitas das personagens do filme usam cabelos curtos, pois quando houve a liberação do futebol para as mulheres, havia restrição de que não podiam usar cabelos curtos. O filme aborda temáticas sobre diversidade sexual com cenas de sexo entre mulheres, entre homens e entre homens e mulheres; relações poligâmicas; masculinidades e feminilidades diversas; AIDS; aborto. Há várias referências no filme que brincam com estereótipos de gênero, como por exemplo, a mãe de uma das jogadoras do time é interpretada por um ator e o personagem de pai faz tricô por recomendações médicas; ou o início do filme que aparece um jogo de futebol em que homens se vestem com roupas femininas e algumas mulheres com roupas masculinas, entre outras cenas. [1]

 

 O filme é considerado pelos seus realizadores como “uma colagem surrealista sobre a juventude paulistana”. Uma curiosidade sobre o filme é a participação dos jogadores Casagrande e Wladimir que atuavam no Corinthians e Pita, então na Portuguesa; do cantor Caetano Veloso, e do locutor Osmar Santos.

"Onda Nova é uma crônica bem-humorada e juvenil de um time de jogadoras de futebol, o Gayvotas Futebol Clube (que, aliás, é o subtítulo do filme). É um grupo de garotas dispostas a vencer preconceitos, compartilhar amizades, enfrentar desafios, concretizar sonhos e, sobretudo, se divertir. É um filme leve, descompromissado, mas também muito experimental, lúdico e anárquico. O plano de tomar a Boca e fazer um cinema que mostrasse a nossa cara, iniciado em O Olho Mágico do Amor, aqui é levado às últimas consequências (...) Por causa do bom retorno de O Olho Mágico do Amor, o pessoal da Boca estava animado com nosso novo projeto. Tivemos uma verba um pouco maior, mas nada que evitasse o aperto com o qual já havíamos nos acostumado (...) Novamente, a gente contou com o zeitgeist daquela nossa geração, a vontade de ajudar, de fazer acontecer. Rolaram novas participações afetivas e até mesmo de gente que já tinha pintado no O Olho Mágico do Amor (...) O objetivo geral do filme era brincar com os papéis: os papéis que homens e mulheres supostamente exercem na sociedade. Como parte da nossa crítica se concentrava contra aqueles que impediam as mulheres de se expressarem no esporte, espalhamos ao longo de Onda Nova várias referências trocadas do que se acredita ser masculino ou feminino", revelou o diretor José Antonio Garcia no livro 'José Antônio Garcia - Em Busca da Alma Feminina', da Coleção Aplauso. 


"Aqui eu cantava várias músicas, mas minha personagem era pequena. De qualquer modo sempre adorei trabalhar com Zé Antônio que, além de excelente diretor, era um amigo muito querido, supercriativo e generoso", comentou Tania no livro 'Tania Maria Bonita Alves', da Coleção Aplauso.

Já o diretor comentou a participação de Tania no filme: "A Tania protagoniza duas ironias nada sutis a respeito da ambiguidade sexual que estávamos abordando. Primeiro, ela faz uma proposta indecente bem sugestiva ao marido, oferecendo-lhe junto uma gilete. E, em outra cena, entoa Vale Tudo, do Tim Maia, no clube New Wave, onde as garotas vão para namorar e se divertir. Vale o que quiser, só não vale homem com homem, nem mulher com mulher, ela canta. E, enquanto isso, duas meninas do time estão se beijando na pista..."


Elenco
Carla Camurati
Vera Zimmermann
Tania Alves
Regina Casé
Cristina Mutarelli
Patricio Bisso
Sérgio Hingst
José D'Artagnan Jr
Cida Moreira
Casagrande
Osmar Santos
Caetano Veloso
José Paulo Gomes Alves
Wladimir
Luiz Carlos Braga
Edla Van Steen
José Antonio Garcia


Ficha Técnica

Direção e Roteiro
José Antônio Garcia e Ícaro Martins

Produção
Adone Fragano
José Augusto Pereira de Queiroz

Música Original
Luiz Lopes        

Fotografia
Antonio Meliande        

Edição
Eder Mazzini        

Direção de Arte
Cristina Mutarelli        

Figurinos
Cristina Mutarelli        

Maquiagem
Maria Antonia Lombardi
Vavá Torres



Revisão Crítica

“Onda Nova consagrou-se como colcha de retalhos entre referências pop e udigrudi, repleta de séguizo, rodado com a saliência de quem está se divertindo no recreio e plantando um dane-se aos que não entendem o porquê de tanta “pornografia”. Aliás, é preciso que falemos claramente deste aspecto, já que causa espanto os espectadores atuais ainda se assustarem com cenas que na escala Richter da explicitude não chegam nem a 0,1% do que os delírios de Passolini causaram há mais de 30 anos em plateias mundo afora  (...)  Poderíamos dizer, pomposamente, que o filme articula um debate sobre o masculino e o feminino. A troca de papéis é uma constante, trabalhando com escracho, malícia e joie de vivre imensos as toscas convenções sociais de nossa provinciana brasilidade. (...) Por outro lado, podemos afirmar, igualmente, que se trata de um desbunde oitentista, em que mullets e perfumes Gelatti plantam a cenografia para a sucessão de gags da dupla de diretores-roteiristas. Décadas antes do fim trágico e prematuro, mascando chiclete e bebericando vodka, entre o deboche e a seriedade, a turma de Zé Antonio e Ícaro enfrentava as intempéries econômicas dos anos 80. Movida, sobretudo, a inventividade, paixão e doses cavalares de companheirismo".

Andrea Ormond (Blog Estranho Encontro). 


"Onda Nova. A New Wave. O ano é 1984. Não aquele do Orwell. Eu tinha 2 anos de idade. São Paulo era uma cidade diferente então, mas nem tanto assim. Bem, a galera fumava que nem louca dentro do bar e ambientes fechados em geral. Não tinha essas coisas de internet, celular, redes sociais e o escambau. A Aids ainda era um fantasma distante (mas isso mudaria rapidamente). No Brasil, e em particular em SP, 1984 foi um ano intenso, o ano das Diretas Já, a conclusão definitiva da tal ‘abertura’, e a música e o style da época no mundo, que chegava aqui com relativa rapidez, era a New Wave (...) Todas as épocas e lugares mutcholocos da humanidade devem ser eternizados em livro, teatro, filme, etc, para que as gerações posteriores possam ver o que aqueles malucos faziam lá atrás. E o filme Onda Nova, de José Antonio Garcia e Ícaro Martins, é uma dessas cápsulas do tempo onde vemos que tudo o que achamos super moderninho e descolado (...)  Há as roupas, as camisetas muito mais legais que as camisetas hipsters que a gente vê por aí hoje em dia, méritos da direção de arte, cenografia e figurinos a cargo de MUTARELLI, que deve guardar até hoje aquele óculos verde-limão. (...) Podem dizer que as cenas de putaria quase explícita do filme são apelativas, gratuitas e o caraio, mas tô esperando pra ver algum cineasta da NOSSA GERAÇÃO fazer algo tão ousado, mas contando a história dos nossos tempos. Mas temo que a suposta libertinagem que tá rolando nos anos 10 é fichinha perto da dos anos 80. Somos mesmo tão mais caretas que aquele nosso tio que tinha seus vintepoucos anos quando a gente era criança?"

Blog SP Lado B.


 "Todo o erotismo típico da pornochanchada era apenas um pretexto para discutir o tema da proibição do desporto para as mulheres, atividade estigmatizada como lésbica. O argumento do longa-metragem contém os mesmos problemas de profundidade de tantos outros da época. O diferencial está no subtexto, nas referências, inclusive, ao filme seguinte da dupla de diretores (Estrela Nua, 1985) num diálogo protagonizado por Regina Casé, ela que interpreta uma atriz que recusa dublar alguém que morreu antes de terminar uma pós-produção (...) O script faz menção a todas as orientações sexuais, se valendo da máxima comumente propagada de que a mulher tem muito menos restrições ao tacanho preconceito sexual (...) A despeito até do contumaz azedume da crítica de cinema especializada com a pornochanchada, o filme consegue transgredir bastante. A mistura entre o Cinema Novo e o modo de filmar contemporâneo de Garcia e de Martins é interessante, se tornando ainda mais significativo por dar voz a guetos sexuais até então completamente reprimidos e coibidos. O sexo livre, típico da geração de jovens underground dos anos 80, vai muito além do papai e mamãe habitual. Transas homossexuais masculinas, desejo de suicídio após relações carnais e afins, são alguns das iguarias do cardápio".

Filipe Pereira - Site Vortex Cultural


Veja algumas cenas de Tania Alves em "Onda Nova":




Citações:
[1] - Guia de pornochanchadas com iniciativas de resistências. Por Maria Eduarda Ramos.

Fontes:
* José Antônio Garcia - Em Busca da Alma Feminina - Coleção Aplauso
* 'Tania Maria Bonita Alves' - Coleção Aplauso
* Blog Estranho Encontro
* Site Papo de Cinema
* Blog SP Lado B 
* Acervo Site As Cantrizes
* Guia de pornochanchadas com iniciativas de resistências. Por Maria Eduarda Ramos.


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Trabalhos de Tania Alves na TV (Minisséries): "Tenda dos Milagres" (1985)


Baseada em romance homônimo de Jorge Amado, a minissérie "Tenda dos Milagres" estreou na TV Globo em 29/07/1985 e teve 30 capítulos.

A série apresenta a luta do velho ogã Pedro Arcanjo (Nelson Xavier) pela preservação e difusão da cultura negra. Tania Alves interpreta a jornalista Ana Mercedes, por quem Arcanjo se apaixona. Ela funda o jornal Tenda dos Milagres para lutar contra a discriminação racial.
 
"Tenda dos Milagres" foi gravada ao longo de 76 dias, com locações em Salvador e Cachoeira, na Bahia, e cenas em estúdio no Rio de Janeiro. A minissérie foi vendida para Angola, Argentina, Bolívia, Colômbia, Cuba, França, Macedônia, Moçambique, Paraguai, Portugal, Uruguai e Venezuela, entre outros.


Ficha Técnica:
Autoria: Aguinaldo Silva
Escrita por: Aguinaldo Silva e Regina Braga
Direção-geral: Paulo Afonso Grisolli
Direção: Paulo Afonso Grisolli, Maurício Farias e Ignácio Coqueiro
Direção de núcleo: Ary Grandinetti Nogueira.
Supervisão: Daniel Filho
Período de exibição: 29/07/1985 – 06/09/1985
Horário: 22h
Nº de capítulos: 30



No livro 'Tania Maria Bonita Alves', da Coleção Aplauso, Tania comenta sua participação em Tenda dos Milagres: "Essa minissérie me deu dois grandes prazeres: o sucesso em disco e Ana Mercedes, minha personagem – uma jornalista, consciente da discriminação da comunidade negra, que lutava para mudar esse quadro. Ela decide, então, fundar o jornal Tenda dos Milagres, especialmente criado para difundir suas ideias antirracismo. Ao longo da história, ela acaba se envolvendo com Pedro Arcanjo, vivido pelo sempre excelente Nelson Xavier, o grande amor da sua vida".


Trilha Sonora
Tania Alves participou da trilha sonora de "Tenda dos Milagres" na faixa "Amor de Matar", de Roberto Mendes e Jorge Portugal. "A música Amor de Matar estourou no Nordeste e, graças a ela, tenho um público muito grande por lá até hoje. Para um artista ter uma música nas rádios é um enorme prazer: você entra no supermercado ou está dirigindo seu carro e, de repente, ouve a sua canção tocando. Viaja para fazer um show e, quando chega lá, estão todos cantando com você... É uma delícia!", revelou Tania no livro 'Tania Maria Bonita Alves'.


Fontes: 
Site Memória Globo
'Tania Maria Bonita Alves', Coleção Aplauso
Acervo Leo Ladeira
Site As Cantrizes



Trabalhos de Tania Alves na TV (Minisséries): "Lampião e Maria Bonita" (1982)


"Lampião  e  Maria  Bonita" foi a primeira minissérie produzida pela Rede Globo de Televisão, e  estreou  às 22h do dia 26 de abril de 1982. A produção teve no total oito capítulos, com roteiro assinado por Aguinaldo Silva e Doc Comparato, e direção de Paulo Afonso Grisolli.

Nos papéis principais estavam os atores Nelson Xavier e Tania Alves. O enredo era baseado na vida do cangaceiro mais famoso do Brasil, Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, e sua companheira, Maria Bonita.


"Devo a ela (Maria Bonita) a minha decolagem como atriz! Foi o papel que me deu o grande reconhecimento popular, além do prêmio APCA de Atriz de Televisão, entre outros. A minissérie fez um sucesso absurdo e eu ainda não havia passado por essa experiência. Eu conhecia apenas o prestígio profissional, o reconhecimento através dos prêmios que ganhei por trabalhos em cinema e teatro, nos quais o alcance do seu trabalho é muito menor. Não sabia como era ser apontada na rua, dar autógrafos e ser famosa... No dia da estreia da minissérie, 26 de abril de 1982, eu estava fazendo um show em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Quando acabou a apresentação e saí do teatro, havia uma multidão querendo ver a Maria Bonita. A repercussão do seu trabalho na televisão é instantânea. Esse trabalho me levou ao estrelato: muitas entrevistas, capas de revistas, convites para festas, ofertas de trabalho, comerciais de televisão... Todo mundo queria conhecer melhor a Tania Maria Bonita Alves", afirmou Tania no livro 'Tania Maria Bonita Alves', da Coleção Aplauso.


"Durante as gravações ficamos hospedados em Paulo Afonso, na Bahia, e de lá viajávamos para as locações nos sertões de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Eu acordava sempre às 4 horas da manhã para me preparar e cuidar de todos os detalhes. Dava um trabalho enorme a minha caracterização de época e aquelas ondinhas que tinha que fazer no cabelo. Eu também era muito branca e tinha que maquiar o corpo todo. Para encarnar Maria Bonita fiz trabalho de composição: estudei o sotaque baiano, pesquisei tudo que havia sobre o casal e, assistindo aos documentários que a Rede Globo forneceu. Tive que engordar 8 quilos para ficar mais parecida fisicamente com as mulheres daquela época. Depois criei um andar para ela e lhe dei um porte de rainha, uma altivez que acredito que ela tivesse. Geralmente me aproximo das personagens, descobrindo o jeito como elas se movimentam no ambiente delas", revelou Tania no livro.


Trama

Obra pioneira, Lampião e Maria Bonita inaugurou um novo formato de programa na Rede Globo, o de minisséries, levando para a tela um dos mais conhecidos episódios da história nacional. O enredo é baseado na vida do mais famoso cangaceiro do Brasil, Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, um pernambucano nascido em 1899, que se transformou no mais forte símbolo do cangaço. Lampião era conhecido como o rei do cangaço. Praticamente cego do olho direito, andava mancando, devido a um tiro que levou no pé esquerdo durante um conflito no sertão. Em suas andanças, conheceu Maria Bonita, a primeira mulher a fazer parte de um grupo de cangaceiros, com quem teve uma filha, Expedita. A história de Aguinaldo Silva e Doc Comparato acompanha os últimos seis meses de vida de Lampião e Maria Bonita, período até hoje um tanto obscuro na história. Apesar da extensa e cuidadosa pesquisa histórica, a minissérie não pretendeu ser extremamente fiel aos acontecimentos, trazendo à narrativa elementos ficcionais.

A trama tem início com o sequestro do geólogo inglês Steve Chandler (Michael Menaugh) pelo bando de Lampião (Nelson Xavier). A partir daí, acompanha-se as negociações entre Lampião e o governo da Bahia e as inúmeras perseguições e fugas do bando, durante as quais o grupo vive momentos de grande tensão.


Elenco/Personagens

NELSON XAVIER - Lampião
TANIA ALVES - Maria Bonita
ROBERTO BOMFIM - Sargento Libório
REGINA DOURADO - Joana Bezerra
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO - Secretário do Interior da Bahia
JOSÉ DUMONT - Tenente Zé Rufino
GILSON MOURA - Tenente Zé Batista
JOFRE SOARES - Coronel Pedrosa
HELBER RANGEL - Linfolfo Macedo
MICHAEL MENAUGH - Steve Chandler
JOHN PROCTER - Mr. Fry
ANTÔNIO POMPEO - Sabonete
MARCUS VINÍCIUS - Gavião
SILVIO CORREIA LIMA - Corisco
LU MENDONÇA - Dadá
MARCO ANTÔNIO SOARES - Telegrafista
JUREMA PENA - Mariinha
JOMBA - Manoel Severo
HILEANA MENEZES - Alice
MARIA ALVES - Mabel
ILVA NIÑO - Odete
ARNAULD RODRIGUES - Motorista de Steve Chandler


Ficha Técnica

Autoria: Aguinaldo Silva e Doc Comparato
Direção: Paulo Afonso Grisolli e Luís Antônio Piá
Produção do núcleo: Paulo Afonso Grisolli
Período de exibição: 26/04/1982 – 05/05/1982
Horário: 22h15
Nº de capítulos: 08




Produção

Para produzir a série, autores, diretores e produção visitaram as regiões em que o cangaço imperou, percorrendo de Geremoabo, na Bahia – município onde nasceu Maria Bonita –, até Angicos, em Sergipe, onde os dois foram mortos. A minissérie foi gravada em diversas cidades do Nordeste: Piranhas, Olho D’Água do Casado, Salvador, entre outras. Outras cenas foram feitas nos estúdios da Rede Globo e em Maricá, no Rio de Janeiro. As locações no sertão foram escolhidas a dedo: todos os locais por onde Lampião e Maria Bonita passaram com seu bando.

Cerca de cem profissionais da TV Globo ficaram um mês no Nordeste para realização da minissérie. Para que o equipamento suportasse o calor e as árduas condições de trabalho, foram montadas duas unidades portáteis: uma de supervisão e outra de manutenção. Uma das unidades estava sempre revendo os equipamentos.

O projeto de Lampião e Maria Bonita foi tratado com muito cuidado em todas as etapas da produção. Para a maquiagem, foi convidado Jaque Monteiro, profissional conhecido por trabalhos no cinema, como os brasileiros Dona Flor e seus dois maridos, Dama do lotação e Rio Babilônia, e Fritzcarraldo, do alemão Werner Herzog. Foi o primeiro trabalho do maquiador em televisão.

Para a criação do figurino, a visita ao Museu Antropológico do Ceará foi extremamente importante. Lá estão expostas as indumentárias de Lampião e Maria Bonita, e a equipe de produção pôde fotografar todo o material, privilegiando os detalhes. Através da pesquisa da indumentária, a equipe constatou que os cangaceiros eram muito vaidosos. Suas roupas mostravam suas glórias, eram carregadas de enfeites, até mesmo suas armas eram enfeitadas. As roupas eram todas bordadas e o artesanato que produziam em couro era extremamente sofisticado.

Curiosidades

"Lampião e Maria Bonita" foi o primeiro resultado de uma nova proposta de linguagem dentro da teledramaturgia da Rede Globo: as minisséries. Com três núcleos de produção, comandados por diferentes diretores – Daniel Filho, Paulo Afonso Grisolli e Walter Avancini –, a TV Globo inaugurou mais um formato em sua programação.

Apesar da sólida base histórica, o texto de Lampião e Maria Bonita é uma obra de ficção. Embora se tenha realizado uma pesquisa minuciosa, em que autores, diretores e produtores percorreram a região do cangaço, onde foram feitas investigações e inúmeras entrevistas sobre os protagonistas da história e suas origens, os autores optaram por ter liberdade ficcional.

Lampião e Maria Bonita foi premiada com a medalha de ouro do Festival de Filmes e Televisão de Nova York. A minissérie foi vendida para a Guatemala, Itália, Irlanda, Peru, Portugal e Uruguai. Reapresentada em março de 1984; em 1990, no Festival 25 anos, em versão compacta de cinco capítulos; e em junho de 1991, no Vale a pena ver de novo.


Trilha Sonora

Responsável pela produção musical, Roberto Nascimento criou uma espécie de roteiro musical, sem se deter somente no aspecto regional do seriado. O compositor buscou a valorização de instrumentos regionais para criar uma música universal. A canção Mulher nova, bonita e carinhosa, de Zé Ramalho e Otacílio Batista, gravada por Amelinha, foi uma das músicas da trilha.

 




Veja no vídeo abaixo um clipe de imagens de Tania Alves em "Lampião e Maria Bonita":




Fontes:
Acervo Rede Globo
Site Memória Globo
Site Teledramaturgia
Livro 'Tania Maria Bonita Alves' - Por Fernando Cardoso. Coleção Aplauso - Imprensa Oficial do Estado de São Paulo - 2010.
Acervo Leo Ladeira Site As Cantrizes