

A bailarina Ana Botafogo lançou sua coleção outono-inverno nesta terça-feira, 28. O evento foi realizado em Botafogo, Zona Sul do Rio, e contou com a presença de Natália Timberg, Tânia Alves e Carlinhos de Jesus.
Fonte: Ego.
Fonte: Ego.

"Participar dessa produção consolidou minha popularidade. Lembro desse trabalho com muito carinho, principalmente porque Clotilde foi minha primeira personagem urbana: a trama da novela se passava no mundo da moda, em São Paulo. Agradeço essa oportunidade ao Wolf Maya, que me escalou para interpretar a secretária elegante e sofisticada do costureiro da alta sociedade paulista, Jacques Léclair. Até então eu só havia feito personagens rústicas, de época, com sotaque. Em 1985, a televisão não era tão liberal como hoje e a produção de Tititi teve problemas com a censura por causa de algumas cenas protagonizadas pelo casal Clotilde e Jacques Léclair. Embora todas elas fossem muito ingênuas, o autor começou a escrever sobre as fantasias sexuais da dupla: Clotilde, toda chamuscada, pedindo socorro porque seu apartamento estava em chamas e Jacques aparecendo vestido de bombeiro. Em outro capítulo ela era uma camponesa e ele o lobo mau... Poucas cenas como essas com apelo levemente erótico foram exibidas, mas a repercussão foi excelente. O autor, para driblar a patrulha moralista, escrevia cada vez mais sutilmente e nós, Reginaldo e eu, apimentávamos um pouco no estúdio, com nossa atuação cheia de sutilezas", lembra Tania no livro 'Tania Maria Bonita Alves', da Coleção Aplauso. 













Obra pioneira, Lampião e Maria Bonita inaugurou um novo formato de programa na Rede Globo, o de minisséries, levando para a tela um dos mais conhecidos episódios da história nacional. O enredo é baseado na vida do mais famoso cangaceiro do Brasil, Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, um pernambucano nascido em 1899, que se transformou no mais forte símbolo do cangaço. Lampião era conhecido como o rei do cangaço. Praticamente cego do olho direito, andava mancando, devido a um tiro que levou no pé esquerdo durante um conflito no sertão. Em suas andanças, conheceu Maria Bonita, a primeira  mulher a fazer parte de um grupo de cangaceiros, com quem teve uma filha, Expedita. A história de Aguinaldo Silva e Doc Comparato acompanha os últimos seis meses de vida de Lampião e Maria Bonita, período até hoje um tanto obscuro na história. Apesar da extensa e cuidadosa pesquisa histórica, a minissérie não pretendeu ser extremamente fiel aos 
acontecimentos, trazendo à narrativa elementos ficcionais.
A trama tem início com o sequestro do geólogo inglês Steve Chandler (Michael Menaugh) pelo bando de Lampião (Nelson Xavier). A partir daí, acompanha-se as negociações entre Lampião e o governo da Bahia e as inúmeras perseguições e fugas do bando, durante as quais o grupo vive momentos de grande tensão.

Produção
Cerca de cem profissionais da TV Globo ficaram um mês no Nordeste para realização da minissérie. Para que o equipamento suportasse o calor e as árduas condições de trabalho, foram montadas duas unidades portáteis: uma de supervisão e outra de manutenção. Uma das unidades estava sempre revendo os equipamentos.
Para a criação do figurino, a visita ao Museu Antropológico do Ceará foi extremamente importante. Lá estão expostas as indumentárias de Lampião e Maria Bonita, e a equipe de produção pôde fotografar todo o material, privilegiando os detalhes. Através da pesquisa da indumentária, a equipe constatou que os cangaceiros eram muito vaidosos. Suas roupas mostravam suas glórias, eram carregadas de enfeites, até mesmo suas armas eram enfeitadas. As roupas eram todas bordadas e o artesanato que produziam em couro era extremamente sofisticado.
"Lampião e Maria Bonita" foi o primeiro resultado de uma nova proposta de linguagem dentro da teledramaturgia da Rede Globo: as minisséries. Com três núcleos de produção, comandados por diferentes diretores – Daniel Filho, Paulo Afonso Grisolli e Walter Avancini –, a TV Globo inaugurou mais um formato em sua programação.
Apesar da sólida base histórica, o texto de Lampião e Maria Bonita é uma obra de ficção. Embora se tenha realizado uma pesquisa minuciosa, em que autores, diretores e produtores percorreram a região do cangaço, onde foram feitas investigações e inúmeras entrevistas sobre os protagonistas da história e suas origens, os autores optaram por ter liberdade ficcional.