Em 16 de novembro de 2007, Tania Alves estreou, no Teatro Shopping Frei Caneca (SP), a versão musical do clássico de Jorge Amado, "Tieta do Agreste", personagem vivido anteriormente por Betty Faria, na TV, e por Sonia Braga, no cinema.
A peça marcou a volta de Tania aos musicais, gênero do qual ela participou ativamente no início de sua carreira, com o grupo do diretor Luiz Mendonça e em espetáculos de Chico Buarque.
"Estou muito feliz! Pelos ensaios já dá para sentir como vai ser o resultado. Só tem fera na criação! Desde a adaptação da diretora Cristina Trevisan, às músicas que são lindas, o cenário deslumbrante", disse Tania à época dos ensaios.
Com direção geral e adaptação de Christina Trevisan, a peça teve direção musical de Pedro Paulo Bogossian e acompanhamento dos músicos Silvio Venosa, Itamar Vidal, Beto Sodré, Rodrigo Mardegan e Micaela Marcondes.
No elenco, Tania Alves viveu a fogosa Tieta que ao chegar a sua cidade natal, Sant´Ana do Agreste, mexe com as emoções da família, principalmente de seu sobrinho seminarista Ricardo (Luiz Araújo), de sua irmã Perpétua (Maria do Carmo Soares) e de Elisa, meia-irmã de Tieta, vivida por Emanuelle Araújo. Também estavam no elenco Blota Filho (Barbosinha), Alice Reis (Imaculada), Dora Bueno (Cinira) e Fábio Barreto (Ascânio).
Depois da temporada de sucesso no teatro Frei Caneca e em Brasília, o musical retornou a São Paulo em janeiro de 2009, desta vez no Teatro Brigadeiro, onde ficou em cartaz por três meses.
No livro 'Tania Maria Bonita Alves', da Coleção Aplauso, Tania comenta sua participação na peça: "A montagem de Tieta do Agreste – O Musical tem uma história muito particular: o espetáculo teve duas montagens com o mesmo elenco, a mesma equipe de criação, direção geral e adaptação de Christina Trevisan e direção musical de Pedro Paulo Bogossian. Na primeira versão, os ensaios – dois meses exaustivos em São Paulo – começaram em setembro de 2007 e estreamos em novembro no Teatro Frei Caneca. Ficamos dois meses em cartaz. A segunda versão estreou em janeiro de 2009, com algumas alterações sugeridas por mim, nos figurinos, nos adereços, novas músicas e readaptações no texto. Dessa vez o musical ficou em cartaz por três meses no Teatro Brigadeiro, também em São Paulo, e depois fizemos algumas viagens. Quando estreamos pela primeira vez, eu não tinha consciência de que não estava satisfeita com o trabalho. Os ensaios me absorviam e exigiam tanto… Na verdade ensaiar é sempre muito desgastante. Nós, atores, ficamos muito sensíveis nesse período de criação e, para um musical, a exigência, especialmente física, é muito grande com aulas de corpo, de voz. Ter algum distanciamento crítico nessa fase do trabalho é quase impossível para mim. Precisei de tempo para identificar onde estava minha insatisfação. Em teatro sempre começamos o trabalho lendo e analisando o texto. Em Tieta não foi diferente, mas já nas leituras percebia uma tendência da diretora de politizar demais o espetáculo e colocar isso acima de tudo. Eu acho Jorge Amado maravilhoso e a obra dele é fantástica. Tieta é uma superpersonagem, parece ser a síntese de todos os personagens femininos dele, e a parte mais política, para mim, seria esta. Mas a diretora, Cristina Trevisan, mais tradicional em termos de política, queria valorizar os conflitos sociais que aparecem no livro. Por isso, no final das contas, a Tieta da primeira versão ficou sendo mera espectadora de acontecimentos e de conflitos políticos da sua cidade. Talvez fosse mais adequado se essa primeira adaptação do livro para o teatro se chamasse Santana do Agreste, porque destacava a comunidade e seus conflitos. Conflitos, aliás, que se comparados ao que lemos e assistimos nos jornais de hoje são água com açúcar. Só que essa clareza e consciência eu só consegui quando a temporada foi interrompida, dois meses após a estreia, por questões financeiras. Aí, sim, percebi que não estava feliz. Que nem o espetáculo e nem eu estávamos do tamanho que eu gostaria. Com tanto tempo de carreira, piso no palco e sei o que cada um está sentindo por mim e a pior coisa é estar no palco e sentir estranheza por parte do público. E o público estranhava porque não havia a jocosidade, a brejeirice, a sensualidade, aquela coisa engraçada, irreverente e livre da Tieta. Acho que a plateia se perguntava onde estava a Tania Alves, mas eu estava tão envolvida nos conceitos intelectuais da peça que não consegui fazer florescer, na minha Tieta, o lado instintivo, visceral, espontâneo, emocional e temperamental dela. Era tudo muito cérebro, pensando nos valores e questões políticas. Foi uma experiência muito complicada, porque nunca senti necessidade de me identificar com os personagens que interpreto. Muito pelo contrário, quanto mais diferente de mim, quanto maior o desafio, mais me estimula e mais me diverte fazer. Tieta, porém, é a personagem que mais se parece comigo em toda a minha carreira. Um dos traços que temos em comum é a ligação com a natureza. Ela própria é uma força da natureza! Mas apesar disso, nessa primeira montagem eu não conseguia alcançá-la. Meses depois, quando resolveram as questões econômicas e de patrocínio, os produtores Valdir Archanjo e Ubirajara Saide novamente me chamaram. Aí conversamos sobre a possibilidade de uma nova versão para Tieta do Agreste – o Musical. Obviamente não começamos do zero. Conversei abertamente com a diretora sobre minhas insatisfações e muitas alterações foram propostas e aceitas. Todas com o único objetivo de melhorar o espetáculo. As perucas que eu usava foram trocadas, os meus figurinos refeitos, cenas foram reescritas, novas músicas foram criadas… Não sei se no teatro brasileiro algum outro espetáculo teve essa chance de ser testado por dois meses, sair de cartaz, corrigir os erros, ensaiar novamente e reestrear. Todo esse processo foi desgastante e até meio frustrante. Eu tinha enorme expectativa com esse trabalho. Era a minha volta aos musicais depois de vinte anos e num momento de renascimento, no Brasil, desse gênero de teatro com o qual eu tanto me identifico. Queria estar na minha melhor forma e não medi esforços para isso. Já faz tempo, aprendi que trabalhos artísticos dependem de vários fatores para alcançar êxito. Nunca existe garantia de que vai dar certo. A única saída é correr o risco. E talvez o risco seja mesmo o grande tempero da vida. Então novamente me joguei de cabeça, junto com toda a equipe de criação, para reinventar Tieta. Valeu a pena! Ficamos todos muito felizes com a nova montagem. Grande parte do que eu pretendia foi conquistado. Algumas pessoas tinham senões, ou melhor, restrições, mas eu fiquei muito mais feliz como essa nova versão. Por exemplo: Tieta ganhou uma música para sua chegada e mais algumas músicas durante o espetáculo, afinal era um musical. O figurino também foi trocado. O primeiro me cobria inteira. Como Tieta chega em Santana do Agreste de camisa masculina?! Não existe isso. Tieta é pele, é sensualidade. Também deram uma mexidinha no texto para ter mais as tiradas de Tieta. No final ficou satisfatório. Era delicioso sentir que o público imediatamente me reconhecia e reconhecia em mim a Tieta".
A peça marcou a volta de Tania aos musicais, gênero do qual ela participou ativamente no início de sua carreira, com o grupo do diretor Luiz Mendonça e em espetáculos de Chico Buarque.
"Estou muito feliz! Pelos ensaios já dá para sentir como vai ser o resultado. Só tem fera na criação! Desde a adaptação da diretora Cristina Trevisan, às músicas que são lindas, o cenário deslumbrante", disse Tania à época dos ensaios.
Com direção geral e adaptação de Christina Trevisan, a peça teve direção musical de Pedro Paulo Bogossian e acompanhamento dos músicos Silvio Venosa, Itamar Vidal, Beto Sodré, Rodrigo Mardegan e Micaela Marcondes.
No elenco, Tania Alves viveu a fogosa Tieta que ao chegar a sua cidade natal, Sant´Ana do Agreste, mexe com as emoções da família, principalmente de seu sobrinho seminarista Ricardo (Luiz Araújo), de sua irmã Perpétua (Maria do Carmo Soares) e de Elisa, meia-irmã de Tieta, vivida por Emanuelle Araújo. Também estavam no elenco Blota Filho (Barbosinha), Alice Reis (Imaculada), Dora Bueno (Cinira) e Fábio Barreto (Ascânio).
Depois da temporada de sucesso no teatro Frei Caneca e em Brasília, o musical retornou a São Paulo em janeiro de 2009, desta vez no Teatro Brigadeiro, onde ficou em cartaz por três meses.
No livro 'Tania Maria Bonita Alves', da Coleção Aplauso, Tania comenta sua participação na peça: "A montagem de Tieta do Agreste – O Musical tem uma história muito particular: o espetáculo teve duas montagens com o mesmo elenco, a mesma equipe de criação, direção geral e adaptação de Christina Trevisan e direção musical de Pedro Paulo Bogossian. Na primeira versão, os ensaios – dois meses exaustivos em São Paulo – começaram em setembro de 2007 e estreamos em novembro no Teatro Frei Caneca. Ficamos dois meses em cartaz. A segunda versão estreou em janeiro de 2009, com algumas alterações sugeridas por mim, nos figurinos, nos adereços, novas músicas e readaptações no texto. Dessa vez o musical ficou em cartaz por três meses no Teatro Brigadeiro, também em São Paulo, e depois fizemos algumas viagens. Quando estreamos pela primeira vez, eu não tinha consciência de que não estava satisfeita com o trabalho. Os ensaios me absorviam e exigiam tanto… Na verdade ensaiar é sempre muito desgastante. Nós, atores, ficamos muito sensíveis nesse período de criação e, para um musical, a exigência, especialmente física, é muito grande com aulas de corpo, de voz. Ter algum distanciamento crítico nessa fase do trabalho é quase impossível para mim. Precisei de tempo para identificar onde estava minha insatisfação. Em teatro sempre começamos o trabalho lendo e analisando o texto. Em Tieta não foi diferente, mas já nas leituras percebia uma tendência da diretora de politizar demais o espetáculo e colocar isso acima de tudo. Eu acho Jorge Amado maravilhoso e a obra dele é fantástica. Tieta é uma superpersonagem, parece ser a síntese de todos os personagens femininos dele, e a parte mais política, para mim, seria esta. Mas a diretora, Cristina Trevisan, mais tradicional em termos de política, queria valorizar os conflitos sociais que aparecem no livro. Por isso, no final das contas, a Tieta da primeira versão ficou sendo mera espectadora de acontecimentos e de conflitos políticos da sua cidade. Talvez fosse mais adequado se essa primeira adaptação do livro para o teatro se chamasse Santana do Agreste, porque destacava a comunidade e seus conflitos. Conflitos, aliás, que se comparados ao que lemos e assistimos nos jornais de hoje são água com açúcar. Só que essa clareza e consciência eu só consegui quando a temporada foi interrompida, dois meses após a estreia, por questões financeiras. Aí, sim, percebi que não estava feliz. Que nem o espetáculo e nem eu estávamos do tamanho que eu gostaria. Com tanto tempo de carreira, piso no palco e sei o que cada um está sentindo por mim e a pior coisa é estar no palco e sentir estranheza por parte do público. E o público estranhava porque não havia a jocosidade, a brejeirice, a sensualidade, aquela coisa engraçada, irreverente e livre da Tieta. Acho que a plateia se perguntava onde estava a Tania Alves, mas eu estava tão envolvida nos conceitos intelectuais da peça que não consegui fazer florescer, na minha Tieta, o lado instintivo, visceral, espontâneo, emocional e temperamental dela. Era tudo muito cérebro, pensando nos valores e questões políticas. Foi uma experiência muito complicada, porque nunca senti necessidade de me identificar com os personagens que interpreto. Muito pelo contrário, quanto mais diferente de mim, quanto maior o desafio, mais me estimula e mais me diverte fazer. Tieta, porém, é a personagem que mais se parece comigo em toda a minha carreira. Um dos traços que temos em comum é a ligação com a natureza. Ela própria é uma força da natureza! Mas apesar disso, nessa primeira montagem eu não conseguia alcançá-la. Meses depois, quando resolveram as questões econômicas e de patrocínio, os produtores Valdir Archanjo e Ubirajara Saide novamente me chamaram. Aí conversamos sobre a possibilidade de uma nova versão para Tieta do Agreste – o Musical. Obviamente não começamos do zero. Conversei abertamente com a diretora sobre minhas insatisfações e muitas alterações foram propostas e aceitas. Todas com o único objetivo de melhorar o espetáculo. As perucas que eu usava foram trocadas, os meus figurinos refeitos, cenas foram reescritas, novas músicas foram criadas… Não sei se no teatro brasileiro algum outro espetáculo teve essa chance de ser testado por dois meses, sair de cartaz, corrigir os erros, ensaiar novamente e reestrear. Todo esse processo foi desgastante e até meio frustrante. Eu tinha enorme expectativa com esse trabalho. Era a minha volta aos musicais depois de vinte anos e num momento de renascimento, no Brasil, desse gênero de teatro com o qual eu tanto me identifico. Queria estar na minha melhor forma e não medi esforços para isso. Já faz tempo, aprendi que trabalhos artísticos dependem de vários fatores para alcançar êxito. Nunca existe garantia de que vai dar certo. A única saída é correr o risco. E talvez o risco seja mesmo o grande tempero da vida. Então novamente me joguei de cabeça, junto com toda a equipe de criação, para reinventar Tieta. Valeu a pena! Ficamos todos muito felizes com a nova montagem. Grande parte do que eu pretendia foi conquistado. Algumas pessoas tinham senões, ou melhor, restrições, mas eu fiquei muito mais feliz como essa nova versão. Por exemplo: Tieta ganhou uma música para sua chegada e mais algumas músicas durante o espetáculo, afinal era um musical. O figurino também foi trocado. O primeiro me cobria inteira. Como Tieta chega em Santana do Agreste de camisa masculina?! Não existe isso. Tieta é pele, é sensualidade. Também deram uma mexidinha no texto para ter mais as tiradas de Tieta. No final ficou satisfatório. Era delicioso sentir que o público imediatamente me reconhecia e reconhecia em mim a Tieta".
Veja fotos de Tania Alves na pele de "Tieta do Agreste":
Fontes de Consulta:
Acervo Site As Cantrizes
"Tania Maria Bonita Alves" - Fernando Cardoso. Coleção Aplauso - Imprensa Oficial do Estado de São Paulo - 2010.
Divulgação Tieta do Agreste - O Musical
peitão
ResponderExcluirSIDNEYBRITOGUSMAO
ResponderExcluirVamos ver quando essa peça chegará ao RJ, isto é, se chegar
ResponderExcluirTania Alves merece mesmo muito sucesso
Espero que essa peça chegue aqui no Rio. Tânia Alves merece todo sucesso do mundo e estou com saudade dela na tv. A última vezque a vi foi numa novela das 600 horas da tarde
ResponderExcluirQuem não quer ve-la como Tieta do Agreste ?