segunda-feira, 23 de março de 2015

Música Lírica e Grupo Musicantata (Anos 60)

Tania Alves e o ator Tonico Pereira, a quem conheceu no final dos anos 60, na época do Grupo Laboratório (que ele participava) e do Coral Musicantata (que ela participava). 

Em meados dos anos 60, como o pai de Tania Alves trabalhava em uma empresa alemã, ela foi estudar este idioma no Instituto Cultural Brasil Alemanha (atual Instituto Goethe), onde entrou em contato com a música erudita. Lá teve aulas de canto lírico com as professoras Fátima Alegria e Charlotte Lehmann – foi com elas que começou a desenvolver a voz de soprano - , e fez curso de música barroca, além de participar do coral. 

No Instituto, ela cantava Liszt, Schumann, Häendel e Bach. 

Pouco depois, Tania integrou o Grupo Musicantata, juntamente com José Carlos Gondim, Eduardo Rosa, Cícero Siqueira e Nazaré Silvério. Na Universidade Federal Fluminense, ensaiando com o Grupo Musicantata, com cerca de 15 anos, Tania conheceu os atores Imara Reis e Tonico Pereira, com quem trabalharia pouco depois nos espetáculos de Luiz Mendonça. Imara e Tonico participavam do Grupo Laboratório, formado em 1968 por alunos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal Fluminense (UFF). O diretor era o mesmo José Carlos Gondim, que também participava do Grupo Musicantata. 

"Lá conheci pessoas fascinantes e apavorantes. Caí numa constelação de jovens como eu, mas tão diferentes de mim: o próprio Gondin, Imara Reis – atriz, cabelos descoloridos, engajada politicamente, fumante, já tomava a pílula, que medo! – e... Tonico Pereira. Eu era cantora lírica, virgem e lia Os Vedas...", lembra Tania no livro 'Tonico Pereira Um Ator Improvável ', da Coleção Aplauso.    

"Em 1969, ganhamos (o Grupo Laboratório) o Festival de Teatro Jovem lá de Niterói, no Teatro Municipal, e aconteceu que eu e o Tonico (Pereira) recebemos prêmio de atores coadjuvantes. Foi nessa ocasião que conheci a Tania Alves. Neste evento se apresentou um grupo de câmara, de música erudita, do qual o Gondim também fazia parte. Era um grupo que cantava músicas clássicas, só que de uma maneira contemporânea, com um tipo de arranjo pertinente às poucas pessoas que constituíam esse grupo vocal. Devia ter apenas seis pessoas ou algo assim. O que eu me lembro é que uma das músicas apresentadas era uma cantata, e de repente começou a cantar uma soprano, que tinha um timbre dos deuses. Era um anjo cantando. Algo extraordinariamente belo, uma voz de cristal. Depois eu vim descobrir que era a Tania, para quem o Gondim me apresentou. A mãe dela, inclusive, a chamava de Cristalzinho. Fiquei fascinada por aquele ser tão diferente de mim. Aliás, sou extremamente atraída pelo oposto, pelo diferente. Eu era toda revolucionária e, ela, moça bem comportada, toda perua para os meus padrões. A gente hoje se diverte quando ela conta que morria de medo de mim nessa época, por causa disso. Mesmo não sendo inicialmente tão próximas como viemos a ser depois. Nós frequentávamos universos muito diferentes, e o mundo dela foi algo que me impactou muito!", conta a atriz Imara Reis no livro 'Imara Reis Van Filosofia', da Coleção Aplauso. 

A incursão de Tania pela música erudita durou dos 15 aos 20 anos. Ela chegou a cantar no coral da UFBA e apresentou a Missa em Dó Menor de Beethoven, no Teatro Castro Alves, quando morou em Salvador. 


Pesquisa: Blog Tania Alves (As Cantrizes). 

Fontes: 

Tania Maria Bonita Alves 
Fernando Cardoso 
Imprensa Oficial - São Paulo, 2010. Coleção Aplauso

Tonico Pereira Um Ator Improvável 
Eliana Bueno-Ribeiro 
Imprensa Oficial - São Paulo, 2010. Coleção Aplauso

Imara Reis Van Filosofia 
Thiago Sogayar Bechara 
Imprensa Oficial - São Paulo, 2010. Coleção Aplauso




domingo, 22 de março de 2015

Descanse em paz, Claudio Marzo!


Homenagem do Blog de Tania Alves ao ator Claudio Marzo, que faleceu na manhã deste domingo, 22/03, no Rio, aos 74 anos, de complicações de um enfisema pulmonar. 

Tania contracenou com Marzo no filme "Parahyba Mulher Macho" (foto acima) e na minissérie "Tenda dos Milagres". 

RIP Claudio Marzo!


Veja mais fotos de Claudio e Tania em "Parahyba Mulher Macho": 








sexta-feira, 20 de março de 2015

Trabalhos de Tania Alves no Teatro: "Lampião no Inferno" (1975)


Em 8 de janeiro de 1975, o diretor Luiz Mendonça (1931 - 1995), criador do Grupo Chegança, estreia, no antigo Teatro Miguel Lemos (atual Brigitte Blair), no Rio de Janeiro, o espetáculo "Lampião no Inferno", de Jairo Lima, baseada em quatro folhetos de cordel.

No elenco, Joel Barcelos, Tania Alves, Tonico Pereira,  Imara Reis, Elba Ramalho, Luiz Braga, Helio Guerra, Alexandre Marques, além do lendário Madame Satã (1900-76), outrora famoso malandro da Lapa, interpretando o Satanás; além do próprio Mendonça, que interpretava Padre Cícero.

Tania Alves interpretava a filha de Satanás, uma diabinha chamada Trepadeira. É sua personagem quem recebe no inferno o Lampião, interpretado pelo ator Joel Barcellos.

Um dos destaques da montagem era o naipe de compositores e arranjadores do espetáculo: Geraldo Azevedo (diretor musical), Alceu Valença, Carlos Fernando, Pedro Osmar e Vital Farias, além de Kátia França. Vital Farias, por exemplo, compôs para a trilha da peça a canção "Veja (Margarida)", que anos depois seria gravada por Elba Ramalho com bastante sucesso.

"Lampião no Inferno" fez temporada até março daquele ano. Depois o espetáculo foi lançado em São Paulo, no Teatro Aplicado (atual Bibi Ferreira), com Walter Breda no papel de Lampião e Luiz Mendonça e Wilson Maux como Satanás. Em junho, a peça voltou para o Rio, onde fez temporada popular no Teatro João Caetano. Tania Alves e Elba Ramalho permaneceram no elenco.  

O espetáculo deu continuidade ao trabalho de Mendonça na busca de um musical brasileiro, usando as raízes culturais e folclóricas. 


Veja mais algumas fotos de "Lampião no Inferno":












Pesquisa: Blog Tania Alves (As Cantrizes).


Trabalhos de Tania Alves no Teatro: "O Fado e a Sina de Mateus e Catirina" (1979)


Em 10 de abril de 1979, Tania Alves estreava, no Teatro Gláucio Gil (RJ), o espetáculo musical "O Fado e a Sina de Mateus e Catirina", do piauiense Benjamim Santos, e com direção de Cecil Thiré (pelo qual ganhou o Prêmio Molière).

Escrito em versos de sete sílabas, com rima livre, o espetáculo falava sobre o homem nordestino e as causas e consequências do êxodo rural. "Mateus e Catirina são dois personagens essenciais do Bumba-meu-boi nordestino. E eu tomei esses dois personagens quase que como mitos, símbolos do homem nordestino rural", explicou, na época, o autor.  

A música e a direção musical foram assinadas por Bia Bedran e Victor Larica, e era executada ao vivo pelos músicos Juka Filho, Marcos Amma e o cantor e instrumentista Zé Renato, do grupo Boca Livre. 

O espetáculo fazia sessões de terça a domingo. No elenco, além de Tania, participavam também Tonico Pereira, Tetê Medina, Eduardo Tornaghi e Ginaldo de Souza.

Por este trabalho, Tania Alves foi indicada ao Prêmio Mambembe.

Em 18/04/1978, o então crítico de O Globo, Flávio Marinho, escreveu sobre a participação de Tania no musical:

"(...) Muito contribui a habilidade de Cecil como diretor de intérpretes. De Tania Alves, extrai o que talvez seja o ponto alto de sua trajetória: uma explosão de vitalidade, senso de humor e espontaneidade..."






Pesquisa: Blog Tania Alves (As Cantrizes).

Fontes: Jornal Última Hora, Jornal O Globo; FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO: TEATRO DIALÓGICO - Benjamim Santos em incursão pela História e Memória do Teatro Brasileiro; Site oficial Zé Renato.





quinta-feira, 19 de março de 2015

Participação de Tania Alves em Trilhas e Álbuns Diversos: "Dominguinhos e Convidados cantam Luiz Gonzaga" | faixa: "Qui nem Jiló" (1997)

Em 1997, Tania Alves fez uma participação especial no CD 'Dominguinhos e Convidados Cantam Luiz Gonzaga', homenagem do cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos (1941 - 2013) ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga (1912 - 1989).

Tania dividiu com Dominguinhos os vocais na faixa "Qui Nem Jiló", de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Ouça abaixo a música:





Vídeo: Canal Luciano Hortencio (YouTube)

Participação de Tania Alves em Trilhas e Álbuns Diversos: "TiTiTi" - Trilha Sonora da novela | faixa: "A Dança do Amor" (1985)

Em 1985, Tania Alves participou de sua primeira novela, "TiTiTi", de Cassiano Gabus Mendes e direção de Wolf Maya.

Além de viver a fogosa e sensual secretária de Jacques Léclair (Reginaldo Faria), Clotilde, Tania participou também da trilha-sonora da telenovela, na faixa "Dança do Amor", uma composição de Moraes Moreira e João Donato.

A canção foi incluída posteriormente no LP "Dona de Mim", lançado por Tania em 1986, pela CBS. 


Ouça aqui a música "A Dança do Amor", tema de Clotilde em TiTiTi:



Vídeo: Canal de BlogNovelas

Participação de Tania Alves em Trilhas e Álbuns Diversos: "Bate com o pé xaxado" (Vital Farias - 1978)



Em 1978, antes mesmo de gravar seu primeiro LP, Tania Alves gravou uma participação especial em uma faixa do primeiro disco do cantor e compositor paraibano Vital Farias.

O nome da faixa é "Bate com o pé xaxado" e você pode ouvi-la aqui:  




Fonte:
* Canal Alfredo Pessoa (YouTube)



quarta-feira, 18 de março de 2015

Trabalhos de Tania Alves no Teatro: "O Gran Circo Gonzaga" (1974)

(O Globo: 14-08-74). 


Em 09 de agosto de 1974, após ter participado de "Reinações de Monteiro Lobato" (1973/74) e "O Rapto das Cebolinhas" (1973), Tania Alves estreou uma nova peça infantil: "O Gran Circo Gonzaga", de Paulo Afonso Gregorio, e direção de Vera Riser. 

O espetáculo era apresentado no circo do espetáculo "Godspell", em Botafogo, e contou também, no elenco, com Lígia Diniz, Alby Ramos, Breno Moroni, entre outros. 

A peça tinha sessões aos sábados, às 17h, e aos domingos, às 10h e 16h.


O Globo: 09/08/74: 



Pesquisa: Blog Tania Alves (As Cantrizes).


Trabalhos de Tania Alves no Teatro: "Viva o Cordão Encarnado" - SP (1975)

Tania Alves na montagem paulista de "Viva o Cordão Encarnado", cercada por atores como Gracinda Freire, 
Yolanda Cardoso, Walter Breda e Antonio Pitanga. 


Em setembro de 1975, o diretor Luiz Mendonça (1931-1995), fundador do Grupo Chegança, resolve montar "Viva o Cordão Encarnado", de Luiz Marinho (1926-2002), em São Paulo. 

No ano anterior, Mendonça havia montado o espetáculo no Teatro Dulcina, no Rio (ver aqui informações sobre essa montagem), e obteve muitas críticas favoráveis.   

Na temporada carioca, Tania Alves fazia, segundo ela própria, "quase uma figuração", mas na temporada paulista ela foi a estrela do espetáculo, substituindo Elke Maravilha, a protagonista no Rio.  

"Na primeira versão, a estrela era Elke Maravilha, mas quando o espetáculo foi remontado em São Paulo ela não pôde fazer. Eu tive que tomar um porre pra ter coragem de pedir ao Mendonça pra fazer o papel dela. Ele disse, simplesmente: Tudo bem", conta Tania no livro "Tania Maria Bonita Alves", da Coleção Aplauso.  

Em São Paulo, o espetáculo ganhou novos nomes no elenco, como Yolanda Cardoso, Sadi Cabral, Antonio Pitanga, Walter Breda, Alby Ramos e Paulo Leite, num total de 24 atores, e foi encenado no Teatro Aplicado (atual Teatro Bibi Ferreira).

"A crítica paulistana adorou a montagem de Viva o Cordão Encarnado e nos tornamos cult. Ganhei meu primeiro prêmio de Atriz Revelação (APCA) e recebi ótimas críticas", revela Tania. 

"A boa aceitação do meu trabalho melhorou a minha autoestima. Fiquei mais segura com relação ao meu talento e à certeza de seguir a carreira artística apesar de todas as dificuldades. Muitas das minhas conquistas eu devo a esta cidade generosa e produtiva. Apesar de ter retornado para o Rio de Janeiro em seguida, acabei morando em São Paulo algumas vezes e sempre foi muito positivo profissional e pessoalmente", complementa. 

Em 12 de dezembro de 1975, após a bem sucedida passagem por São Paulo, o espetáculo volta ao Rio de Janeiro, onde faz temporada popular no Teatro João Caetano até 29 de janeiro de 1976.


Opinião: 12/09/1975 (Acervo Blog Tania Alves): 


O Globo: 07-12-1975


O Globo: 12-12-1975



Pesquisa: Blog Tania Alves (As Cantrizes). 


terça-feira, 17 de março de 2015

Trabalhos de Tania Alves no Teatro: "Viva o Cordão Encarnado" - RJ (1974)


Em abril de 1974, o Grupo Chegança, criado e liderado por Luiz Mendonça (1931-1995), monta, no Teatro Dulcina, Rio de Janeiro, "Viva o Cordão Encarnado", pastoril de Luiz Marinho (1926-2002) que já havia sido encenado no Teatro Universitário de Pernambuco - TUP, em 1968.  

Por essa montagem, Mendonça e Marinho recebem respectivamente o Prêmio Molière de melhor diretor e autor. Esta foi a segunda participação de Tania Alves no Grupo Chegança (a primeira fôra  em "As Incelenças", do ano anterior).


Inspirada nos costumes populares do interior pernambucano e, sobretudo, nas coloridas músicas e danças do pastoril, "Viva o Cordão Encarnado" estreou no Teatro Dulcina, em 15/04/74, com Ivan Setta, Elke Maravilha, Gracinda Freire, Carlos Alberto, Tonico Pereira, Ilva Niño, Tania Alves, Imara Reis, Sonia de Paula (que depois seria substituída por Elba Ramalho, estreando no grupo), Marcos Borges, Sílvio Fróes, Tony Ferreira, entre outros.

A coreografia era de Fernando Pinto, e a direção musical de Cláudio Barreto. 

"Nesse espetáculo eu fazia quase uma figuração, mas a crítica notou meu trabalho e falou de mim. Pensei: acho que levo jeito, porque se na figuração a crítica já falou bem...", conta Tania no livro "Tania Maria Bonita Alves", da Coleção Aplauso.

Em 1975, o espetáculo seria montado em São Paulo e desta vez Tania seria a estrela, substituindo Elke Maravilha. Saiba mais sobre essa nova montagem aqui.


Veja mais fotos de Tania Alves em "Viva o Cordão Encarnado":



O Globo: 01-06-1974: 



Pesquisa: Blog Tania Alves (As Cantrizes).