sábado, 26 de setembro de 2009

Trabalhos de Tania Alves na TV (Novelas): "Pedra Sobre Pedra" (1992)



Em 1992, Tania Alves voltou à TV Globo com a novela "Pedra sobre Pedra", de Aguinaldo Silva. A novela foi exibida de de 6 de janeiro a 31 de julho de 1992, com direção de Paulo Ubiratan, Gonzaga Blota, Luiz Fernando Carvalho e Carlos Magalhães, e direção geral de Paulo Ubiratan.

A história de Pedra sobre Pedra se passava no sertão da Bahia, na cidade de Redentor, palco das disputas políticas das famílias Pontes e Batista. Para dar corpo à pequena Resplendor foi construída a maior cidade cenográfica até então feita para uma novela, na qual foi utilizado pela primeira vez um calçamento em pé-de-moleque de verdade, colocado sobre uma base de concreto, para não ser danificado por chuva ou lama.


Na trama, Tania interpretou Lola, moça que trabalhava no Grêmio Recreativo da cidade de Resplendor e era irmã de Sérgio Cabeleira (Osmar Prado) e a favorita de Murilo Pontes (Lima Duarte). Além da paixão por Murilo Pontes, Lola vivia um drama pessoal: em noite de lua cheia seu irmão uivava como bicho e para evitar problemas, ela tinha que trancá-lo em uma jaula. No final da novela, ela teve um romance com o português Ernesto (Carlos Daniel), indo embora com ele para Portugal.


"Adorei o convite. Estava novamente nas mãos do autor que me consagrou em trabalhos como Lampião e Maria Bonita, Bandidos da Falange e Órfãos da Terra. Nessa produção o meu prazer vinha mesmo era do núcleo maravilhoso do qual faziam parte Lima Duarte, Osmar Prado, Pedro Paulo Rangel, Renata Sorrah, Lilia Cabral e Eva Wilma", revelou Tania No livro 'Tania Maria Bonita Alves', da Coleção Aplauso.


Veja mais fotos de Tania Alves em "Pedra Sobre Pedra":






















Fontes: Site Teledramaturgia (texto)
Site Memória Globo
Acervo Leo Ladeira (fotos digitalizadas)
"Tania Maria Bonita Alves" - Fernando Cardoso. Coleção Aplauso - Imprensa Oficial do Estado de São Paulo - 2010.


Trabalhos de Tania Alves na TV (Novelas): 'Pantanal' (1990)


Em 1990, estreou, na TV Manchete, a novela "Pantanal", uma grata surpresa no universo da dramaturgia brasileira. Um sucesso arrebatador e munido de tantas novidades que chegou a abalar o tão alicerçado departamento de dramaturgia da TV Globo. Pela primeira vez, desde que se impôs na produção de novelas nos anos 70, a Globo viu seu posto de líder de audiência ameaçado.

A Globo exibia Rainha da Sucata, de Silvio de Abreu. Pantanal entrava no ar após a novela das oito e rapidamente alcançou e se manteve na casa dos 40 pontos de audiência, uma verdadeira proeza para uma produção fora dos domínios da Globo. A TV Manchete se lançava no desafio de conquistar uma fatia do mercado publicitário interessado na telenovela.

Curiosamente a novela estava engavetada na Globo. Benedito Ruy Barbosa escrevia somente novelas das seis na emissora e queria que a produção fosse a sua estréia no horário nobre da Globo. Após muita insistência, o autor recebeu o aval da emissora para ir até o Pantanal para avaliar as reais condições de produzir a novela. Mas a época era de chuva e ele, Atílio Riccó e Herval Rossano voltaram do hotel-fazenda de Sérgio Reis com quase mil fotos em que aparecia apenas água e mato. Sem o registro da deslumbrante flora e fauna tão propagada pelo autor, o projeto foi novamente engavetado. Benedito ainda ouviu da Globo a proposta para transformar o projeto em minissérie ou ambientar a novela em uma fazenda carioca ou paulista para facilitar a produção. "Mas bati o pé porque queria o Pantanal", lembra Benedito.

O autor, no entanto, não resistiu ao chamado de Jayme Monjardim, que na época era diretor artístico da Manchete. "Para convencer o Benedito disse: 'produzo a sua novela no Pantanal, exibo no horário nobre e você vem para a Manchete'", recorda o diretor.

A novela foi exibida de 27 de março a 10 de dezembro de 1990, e ganhou duas reprises na própria Manchete (de 17/06/1991 a 18/01/1992, e de 26/10/1998 a 14/07/1999) e uma no SBT, de 09/06/2008 a 13/01/2009.


Tania Alves em Pantanal

Tania participou da primeira fase de "Pantanal", vivendo a jovem Filó, a empregada apaixonada por Zé Leôncio (Paulo Gorgulho, na primeira fase).

Na primeira fase da trama, ela contracenou com Ingra Liberato, Carolina Ferraz, Marcos Caruso, Ewerton de Castro, além de Paulo Gorgulho.

No livro 'Tania Maria Bonita Alves', da Coleção Aplauso, Tania falou sobre sua participação em 'Pantanal': "Minha personagem chamava-se Filó, mais uma criatura simplória que ajudei a dar vida. Ela era mato-grossense, do meio do pantanal, e bem caipira. Inocente, meio ignorante… Mas acredito que tínhamos duas coisas em comum: a delicadeza e a paixão pelo seu homem. Comecei meu trabalho de criação da Filó pelo sotaque e maneira de falar. Adoro fazer sotaques e, como já viajei o Brasil inteiro cantando e tenho ouvido musical, fica mais fácil. (...) Grande parte da novela Pantanal, especialmente os primeiros capítulos, foi gravada em locações no pantanal mato-grossense. Lá as condições de trabalho eram mínimas, mas a expectativa de um grande sucesso e a sensação de estar fazendo algo novo e muito bom tomavam conta da equipe. Realmente foi isso que aconteceu quando a novela estreou e, ao deixar o pantanal rumo a Nova York, senti uma pontinha de tristeza no coração. A atriz Jussara Freire viveu lindamente a Filó na segunda fase da novela e Pantanal marcou a televisão brasileira com uma nova linguagem, quase cinematográfica. Muitas externas, planos abertos, planos-sequência, locações maravilhosas, natureza… Além do genial diretor Jayme Monjardim, esta produção também revelou atores como Paulo Gorgulho, Marcos Palmeira, Cristiana Oliveira, Marcos Winter e outros". 


Veja fotos de Tania em Pantanal:







Veja também dois vídeos com cenas de Tania em Pantanal:

Vídeo 01:



Vídeo 02:




Fontes:
Site Teledramaturgia
Livro 'Tania Maria Bonita Alves' - Por Fernando Cardoso. Coleção Aplauso - Imprensa Oficial do Estado de São Paulo - 2010.
Acervo Site As Cantrizes 




quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Tania Alves em "Tieta do Agreste"


Em 16 de novembro de 2007, Tania Alves estreou, no Teatro Shopping Frei Caneca (SP), a versão musical do clássico de Jorge Amado, "Tieta do Agreste", personagem vivido anteriormente por Betty Faria, na TV, e por Sonia Braga, no cinema.

A peça marcou a volta de Tania aos musicais, gênero do qual ela participou ativamente no início de sua carreira, com o grupo do diretor Luiz Mendonça e em espetáculos de Chico Buarque.

"Estou muito feliz! Pelos ensaios já dá para sentir como vai ser o resultado. Só tem fera na criação! Desde a adaptação da diretora Cristina Trevisan, às músicas que são lindas, o cenário deslumbrante", disse Tania à época dos ensaios.

Com direção geral e adaptação de Christina Trevisan, a peça teve direção musical de Pedro Paulo Bogossian e acompanhamento dos músicos Silvio Venosa, Itamar Vidal, Beto Sodré, Rodrigo Mardegan e Micaela Marcondes.

No elenco, Tania Alves viveu a fogosa Tieta que ao chegar a sua cidade natal, Sant´Ana do Agreste, mexe com as emoções da família, principalmente de seu sobrinho seminarista Ricardo (Luiz Araújo), de sua irmã Perpétua (Maria do Carmo Soares) e de Elisa, meia-irmã de Tieta, vivida por Emanuelle Araújo. Também estavam no elenco Blota Filho (Barbosinha), Alice Reis (Imaculada), Dora Bueno (Cinira) e Fábio Barreto (Ascânio).

Depois da temporada de sucesso no teatro Frei Caneca e em Brasília, o musical retornou a São Paulo em janeiro de 2009, desta vez no Teatro Brigadeiro, onde ficou em cartaz por três meses.

No livro 'Tania Maria Bonita Alves', da Coleção Aplauso, Tania comenta sua participação na peça: "A montagem de Tieta do Agreste – O Musical tem uma história muito particular: o espetáculo teve duas montagens com o mesmo elenco, a mesma equipe de criação, direção geral e adaptação de Christina Trevisan e direção musical de Pedro Paulo Bogossian. Na primeira versão, os ensaios – dois meses exaustivos em São Paulo – começaram em setembro de 2007 e estreamos em novembro no Teatro Frei Caneca. Ficamos dois meses em cartaz. A segunda versão estreou em janeiro de 2009, com algumas alterações sugeridas por mim, nos figurinos, nos adereços, novas músicas e readaptações no texto. Dessa vez o musical ficou em cartaz por três meses no Teatro Brigadeiro, também em São Paulo, e depois fizemos algumas viagens. Quando estreamos pela primeira vez, eu não tinha consciência de que não estava satisfeita com o trabalho. Os ensaios me absorviam e exigiam tanto… Na verdade ensaiar é sempre muito desgastante. Nós, atores, ficamos muito sensíveis nesse período de criação e, para um musical, a exigência, especialmente física, é muito grande com aulas de corpo, de voz. Ter algum distanciamento crítico nessa fase do trabalho é quase impossível para mim. Precisei de tempo para identificar onde estava minha insatisfação. Em teatro sempre começamos o trabalho lendo e analisando o texto. Em Tieta não foi diferente, mas já nas leituras percebia uma tendência da diretora de politizar demais o espetáculo e colocar isso acima de tudo. Eu acho Jorge Amado maravilhoso e a obra dele é fantástica. Tieta é uma superpersonagem, parece ser a síntese de todos os personagens femininos dele, e a parte mais política, para mim, seria esta. Mas a diretora, Cristina Trevisan, mais tradicional em termos de política, queria valorizar os conflitos sociais que aparecem no livro. Por isso, no final das contas, a Tieta da primeira versão ficou sendo mera espectadora de acontecimentos e de conflitos políticos da sua cidade. Talvez fosse mais adequado se essa primeira adaptação do livro para o teatro se chamasse Santana do Agreste, porque destacava a comunidade e seus conflitos. Conflitos, aliás, que se comparados ao que lemos e assistimos nos jornais de hoje são água com açúcar. Só que essa clareza e consciência eu só consegui quando a temporada foi interrompida, dois meses após a estreia, por questões financeiras. Aí, sim, percebi que não estava feliz. Que nem o espetáculo e nem eu estávamos do tamanho que eu gostaria. Com tanto tempo de carreira, piso no palco e sei o que cada um está sentindo por mim e a pior coisa é estar no palco e sentir estranheza por parte do público. E o público estranhava porque não havia a jocosidade, a brejeirice, a sensualidade, aquela coisa engraçada, irreverente e livre da Tieta. Acho que a plateia se perguntava onde estava a Tania Alves, mas eu estava tão envolvida nos conceitos intelectuais da peça que não consegui fazer florescer, na minha Tieta, o lado instintivo, visceral, espontâneo, emocional e temperamental dela. Era tudo muito cérebro, pensando nos valores e questões políticas. Foi uma experiência muito complicada, porque nunca senti necessidade de me identificar com os personagens que interpreto. Muito pelo contrário, quanto mais diferente de mim, quanto maior o desafio, mais me estimula e mais me diverte fazer. Tieta, porém, é a personagem que mais se parece comigo em toda a minha carreira. Um dos traços que temos em comum é a ligação com a natureza. Ela própria é uma força da natureza! Mas apesar disso, nessa primeira montagem eu não conseguia alcançá-la. Meses depois, quando resolveram as questões econômicas e de patrocínio, os produtores Valdir Archanjo e Ubirajara Saide novamente me chamaram. Aí conversamos sobre a possibilidade de uma nova versão para Tieta do Agreste – o Musical. Obviamente não começamos do zero. Conversei abertamente com a diretora sobre minhas insatisfações e muitas alterações foram propostas e aceitas. Todas com o único objetivo de melhorar o espetáculo. As perucas que eu usava foram trocadas, os meus figurinos refeitos, cenas foram reescritas, novas músicas foram criadas… Não sei se no teatro brasileiro algum outro espetáculo teve essa chance de ser testado por dois meses, sair de cartaz, corrigir os erros, ensaiar novamente e reestrear. Todo esse processo foi desgastante e até meio frustrante. Eu tinha enorme expectativa com esse trabalho. Era a minha volta aos musicais depois de vinte anos e num momento de renascimento, no Brasil, desse gênero de teatro com o qual eu tanto me identifico. Queria estar na minha melhor forma e não medi esforços para isso. Já faz tempo, aprendi que trabalhos artísticos dependem de vários fatores para alcançar êxito. Nunca existe garantia de que vai dar certo. A única saída é correr o risco. E talvez o risco seja mesmo o grande tempero da vida. Então novamente me joguei de cabeça, junto com toda a equipe de criação, para reinventar Tieta. Valeu a pena! Ficamos todos muito felizes com a nova montagem. Grande parte do que eu pretendia foi conquistado. Algumas pessoas tinham senões, ou melhor, restrições, mas eu fiquei muito mais feliz como essa nova versão. Por exemplo: Tieta ganhou uma música para sua chegada e mais algumas músicas durante o espetáculo, afinal era um musical. O figurino também foi trocado. O primeiro me cobria inteira. Como Tieta chega em Santana do Agreste de camisa masculina?! Não existe isso. Tieta é pele, é sensualidade. Também deram uma mexidinha no texto para ter mais as tiradas de Tieta. No final ficou satisfatório. Era delicioso sentir que o público imediatamente me reconhecia e reconhecia em mim a Tieta".


Veja fotos de Tania Alves na pele de "Tieta do Agreste":



















Fontes de Consulta:
Acervo Site As Cantrizes
"Tania Maria Bonita Alves" - Fernando Cardoso. Coleção Aplauso - Imprensa Oficial do Estado de São Paulo - 2010.
Divulgação Tieta do Agreste - O Musical